JORNALISTA: UM CONTADOR DE HISTÓRIAS

Todos gostamos de contar histórias. Porque todo mundo gosta de ouvir uma boa história. Não importa muito se ela é verdadeira, fictícia ou baseada em fatos reais. Tampouco se é uma notícia, um romance, uma biografia, uma novela, um filme. O que importa mesmo é que seja uma boa história.

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Aliás, há pouco tempo, nos ensinavam nas escolas que história – com H – designava um caso verdadeiro, não passando o resto de meras estórias – com E. Mas, atualmente, mesmo a autenticidade da História – com H maiúsculo – vem sendo justificadamente questionada. Então, a diferenciação vem caindo em desuso, ante a dificuldade de distinguir o que é história do que seja estória. Aí estão os fofoqueiros a confundir ainda mais os limites.

Ao jornalista cabe contar a realidade, registrar a História concomitante ao desenrolar dos fatos. Se apenas narra as coisas, faz Jornalismo informativo; se as questiona, reflete, faz Jornalismo interpretativo; se expõe, sob argumentos, sua avaliação do tema, é um trabalho opinativo. Mas, seja qual for a categoria, a base de tudo é a história. Então, somos contadores de histórias, como Forrest Gump, do excelente filme homônimo. Mas, se o personagem de Tom Hanks narrava a um e outro os episódios insólitos de sua própria vida, nós, jornalistas, contamos a história dos outros, da política, da economia, do esporte, dos casos policiais... Tudo com a mesma objetividade, detalhamento e simplicidade de uma conversa ou um conto de fazer criança dormir.

O bom jornalista será, portanto, simplesmente um bom contador de histórias reais, qualquer que seja o fato. E saberá extrair, de cada acontecimento ou pessoa, mesmo o mais indigente sujeito, uma boa história, porque todos somos uma boa história a ser contada.