A resposta da pergunta acima é: pouco, muito pouco, perto de nada. Quase todo o mundo no ramo quer vender a alma ao Diabo e, como define a famosa lei da oferta e da procura, o excesso de jornalista sem caráter e mau caráter tem desvalorizado tanto o produto, que Belzebu vem gastando cada dia menos na compra de tais almas.
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O caso é que tal comércio se inicia já nas faculdades onde, na ânsia desesperada de conseguir um espaço no meio - e quem sabe chegar mais rápido ao estrelato, ao Jornal Nacional - tem muito sujeito capaz de matar por um estágio qualquer, em troca de alguns tostões, que não lhe vão resolver o problema e ainda arranjarão outro maior: desde logo o deixarão de rabo preso, por conta dessas relações espúrias que, no futuro, terão comprometido totalmente a possibilidade de um exercício profissional imparcial e isento. Mas, que mal há nisso, quando se está ligando muito pouco, ou nada mesmo, para questões éticas ou ideológicas?Assim, o quarto poder se torna subserviente aos demais, de forma que em seu papel de olhos, ouvidos e voz de uma Nação, deixa-se estar cego, surdo e mudo. Fato trágico para um sistema democrático, onde a imprensa tem realmente um papel regulador a cumprir - quanto mais independente a imprensa, mais completa a Democracia. Ou seja, no nosso País a coisa vai mal!
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Nossos sistemas de comunicação são não apenas comprometidos, mas, em muitos casos, vendidos ao poder dominante. Assim, as informações apresentam-se de modo unilateral, incompletas, tendenciosas e deformadoras.Não por outra razão temos visto tanto jornalista à venda baratinho sem, contudo, haver quem queira comprar. É tal o excesso de oferta que, no momento, parece que até o Diabo suspendeu qualquer compra, pelo menos até que possa fazer uma ampliação das instalações lá dos quintos dos infernos.
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